Autoridade Portuária de Nova York e Nova Jersey - Sede da Companhia Naval Irmãs O'Sullivan

KATHLEEN

Styx ouve atentamente a todo o relato de Kathleen pega a adaga e fica imerso em pensamentos por alguns instantes olhando para a lamina



Demonstrava estar preocupado

Você não tem culpa disso tudo... Esses malditos Saba são ardilosos... O que me preocupa agora é o fato de ter pelo menos um deles vagando pela Cidade fazendo sabe Deus o que e o que ele aprontou contigo... Temos que levar essa lamina e seu ferimento aos Tremere o quanto antes...

O telefone de Styx toca mais uma vez...

E essa agora! Maldição Alice, onde você esta?

Ele atende enquanto a Brujah ve ao longe um homem negro se aproximando.

JORGE

Jorge não precisou ligar para ter uma ideia da onde Styx estava... Bastava seguir o rastro de destruição e morte...

A sua volta maquinas quebradas, embarcações a pique e membros humanos espalhados... Demonstravam uma grave violação da Mascara...

Sirenes policiais eram ouvidas ao longe...

Logo mais a frente ele via um Homem negro portando uma espada e uma mulher ferida

O brujah ouve o grito do primogeno pelo telefone, mas não era isso que mais lhe chamou a atenção. Parecia que uma tormenta tinha atingido a reunião das docas. O rastro de destruição rapidamente o levou até O’Donnel e à outra garota. Caminhou sem pressa até lá. Ao estar diante deles, cumprimentou-os.

- Deve ser O’Donnel. Já a senhorita? – perguntou à garota. – Sou Jorge Silva, a seu dispor.

John pede para o taxista parar na área externa do porto e completa os últimos quarteirões a pé, tentando guardar o caminho para não se perder. Não está, porém, preparado para a cena com que se depara, e por um instante é obrigado a apoiar-se em uma parede, sentindo lágrimas e ódio subirem a seus olhos claros. Em vida, John ganhara uma reputação injusta de impiedoso e implacável, mas na realidade nem então, tanto tempo depois de seu abraço, perdera a natureza generosa e o sentimento de empatia com a humanidade.

Então vê os dois homens negros e a bela mulher e por um instante fica um pouco confuso: não era exatamente o que esperava encontrar. Enquanto tira o chapéu, fazendo a longa franja castanha cair sobre seus olhos e obrigando-o a desviá-la de volta com um movimento de cabeça, sabe que também provavelmente parecia muito pouco com o que esperariam dele. É um homem alto, muito ereto, de ombros largos e peito forte, embora um pouco acima do peso; passa a impressão de um ex-atleta que, obrigado a interromper a carreira, ganhara alguns quilos, sem perder a estrutura muscular nem a elegância dos movimentos ágeis. É singularmente bonito, com seu rosto oval suavizando um queixo poderoso, seu nariz longo e bem feito, os olhos de um peculiar azul-acinzentado tendendo ao verde-avelã, sua testa alta e sua boca generosa. Mas o mais inusitado, para um brujah, são suas roupas: o chapéu, o elegante terno cinzento, a gravata verde, os sapatos brilhantes.

Olha para os dois homens e diz em tom de dúvida:

- Styx O'Donnel?

Então volta-se para Kathleen com um sorriso gentil e só então percebe que ela está ferida. Sem esperar a resposta do primógeno, dá um súbito passo na direção dela, inclinando-se vivamente:

- Está ferida! Há algo em que eu possa ajudá-la?

Seu sotaque irlandês, tremendamente parecido com o de Kathleen, é muito característico. Volta-se para os outros rapidamente, com um olhar por cima do ombro*

- Sou John Lyons.

Kathleen não concordava muito com Styx sobre não ter culpa no que tinha acontecido. Baixara a guarda, deixara-se ser enganada e derrotada. Se tivesse interpelado o vampiro antes, se tivesse sido mais discreta, se tivesse sido mais cuidadosa na luta. Muitos "se" passavam pela mente da angustiada marinheira que se sentia responsável por proteger aquele porto, aquelas vidas... Poderia ser que nada tivesse adiantado, se o desgraçado estava mesmo atrás dela, porém, não conseguia deixar de se perguntar se não poderia ter dado um desfecho, ao menos um pouco diferente, para o porto completamente destruído.

Como se não bastasse, a magia sombria que deveria ter sido colocada em seu corpo, que só o tempo e os Tremere saberiam dizer do que se tratava.

Estava para dizer algo quando o telefone do Primógeno tocou, e decidiu esperar ele desligar. Neste meio tempo alguém se aproxima e se identifica como um irmão de clã.  A marinheira, com um leve sotaque irlandês, faz o mesmo.
- Kathleen O'Sullivan. Você é o recém-chegado?

O casaco que a brujah usa está com um rombo, na altura das costelas, rodeado de sangue, além de outras manchas vermelhas irregulares sobre o pano firme.

O homem elegante que se aproxima captura a atenção de Kath, quase imediatamente, e ela fica observando-o até ele chegar perto. Acena com a mão, negativamente, à preocupação que ele manifesta.
- Não estou mais. Obrigada, mas há pouca ajuda que eu possa receber agora... - lamenta amargurada.

Depois que ele diz seu nome, ela diz o seu.
- Sou Kathleen O'Sullivan.

- Um dos recém chegados - ele respondeu, depois de perceber a aproximação de John Lyons. - Pelo visto não sou o único.

O brujah havia reparado na forma como o sotaque de Lyons e O'Sullivan parecia. Talvez fossem conterrâneos. Talvez até se conhecessem e apenas fingiam o primeiro encontro para que os outros não se preocupassem com prováveis alianças escusas. às vezes Jorge era desconfiado. Estendeu a mão para John, aguardando um aperto cortês.

- Jorge Silva. - em seguida virou-se novamente para a garota. - Foi o sabbat quem fez isso?

John faz um brusco aceno positivo quando Kathleen diz que não há nada que possa ser feito por ela, mantendo a cabeça um pouco inclinada para ela de modo interessado e os olhos firmes de um modo quase incômodo. Acaba abrindo um grande sorriso quando ela se apresenta, revelando um espaço entre os dentes da frente que lhe dá uma aparência ainda mais juvenil.

- Muito prazer, srta. O'Sullivan. Cork, leste, talvez?... Corkianos ainda vão dominar o mundo!

Volta-se para Jorge, estendendo-lhe o mesmo sorriso franco, espontâneo, e apertando sua mão com firmeza. Em contraste com seu corpo robusto, suas mãos são macias e estreitas, de longos dedos românticos. Mãos de burocrata, não de lutador.

- Muito prazer, sr. Silva. Isso faz dele o sr. O'Donnel...

Observa Styx com curiosidade, sem interrompê-lo ao telefone, mas volta-se para Kathleen com vivacidade quando Jorge indaga se o causador daquele estrago fora o Sabá.

Se não fosse a destruição no Porto, Kathleen seria muito solícita em ajudar os dois recém-chegados a se situarem na gigante Nova York, mas o problema daquele momento ocupava completamente sua cabeça.

Porém, acaba dado um sorriso, ainda que abatido, com o comentário espirituoso de seu conterrâneo.
- Leste - confirma a marinheira - sudeste pra ser mais precisa. Na foz do Rio Bandon que desemboca no mar Celta... - dá um risinho. - os irlandeses já são muitos aqui em Nova York...

Com a pergunta de Jorge, a tristeza dela vai se tornando raiva.
- Foi, um Sabá. Um maldito rato de fossa Lasombra que veio até aqui atrás de mim pra me fuder, e fuder tudo o que conseguisse junto! - faz um gesto largo para o porto destruído - filho da puta! Se ele voltar aqui de novo eu vou...

Kath estava batendo o punho fechado na palma da outra mão, mas interrompe o gesto no meio, bem como sua fala, e seus olhos se arregalam numa súbita reflexão.
- Eu vi o rosto do verme... posso atraí-lo pra cá....

- Katleen não creio que convocar o maldito seja a melhor saída. Não nesse momento. – ele parou um pouco, antes de prosseguir, esperando a reação dos outros. – Se o lasombra estava tão pronto para você e deixou que visse o rosto dele, talvez fosse isso que ele esperava. Uma convocação, para aumentar o caos que provocou.

Mais uma vez ficou em silêncio. Jorge não tinha medo de batalhas, pelo contrário, em suas veias corria o sangue do Deus da Guerra e era nela que o brujah melhor se saía. Se decidissem que convocar o inimigo era a melhor opção ele lutaria. Esmagaria o crânio do maldito e ofereceria a vitória aos verdadeiros Guardiões.

- Mas se quiserem convoca-lo, estou pronto para o combate. Faria uma taça com o crânio do inimigo, se ele não virar cinzas depois que o destruirmos.

John sorri, jogando um pouco a cabeça para o ombro

- Eu, West Cork! - seu forte sotaque faz soar alguma coisa como "weist corrk", com um erre afrancesado - Nasci mais a sudoeste de Bandon, perto de Roscarberry, onde nasceu O'Donovan Rossa! - refere ao velho líder feniano como se todos devessem conhecê-lo, depois dá uma risadinha, esfregando o lábio inferior com o dedo - Isso, já temos uma plataforma para conquistar a ONU!

Mas fica subitamente sério com a pergunta de Jorge, enfiando as mãos fundo nos bolsos da calça e oscilando para a frente e para trás, como se lhe fosse impossível ficar parado cinco segundos. Em seguida acrescenta gravemente*

- Um brujah não foge da luta, ainda mais para uma irmã de clã. Se quiser fazer isso, estou pronto para lutar.

Os Brujas podiam ouvir O'donnel preocupado com alguma coisa... Sobre evitar contatos humanos... Alguma coisa não cheirava bem no reino de NY...

Veem Styx desligar e ato continuo fazer uma outra ligação... Parecia nervoso...

Preciso que voce pegue mais 3 dos nossos homens e se encaminhem ao refugio de Alice ... Operação Padrão entendeu? O que precisar!

Desliga...

Olha para os cainitas... desconhecia um dos recém chegados... Sabia seus nomes mas não sabia quem era quem...

Senhores , como devem imaginar sou Styx O'donnel... e a merda é muito maior do que parece... Kathleen tentaram apagar Alice

A ressalva de Jorge faz Kathleen pensar mais a fundo, porém, não muda sua opinião, ainda mais com a concordância firme de John. Ouve a conversa que O'Donnel tinha, mas não dá atenção, voltando a defender seu ponto.

- Ele não "deixou" eu ver o rosto dele, eu o vi primeiro na verdade. Quando ele percebeu que eu estava de olho nele me lançou naquela sombra do inferno! Deve ter se cagado! - balança os braços enérgicamente - aumentar o caos?! Como ele iria aumentar o caos se já estragou tudo aqui? Pra ele me fuder mais do que já fez só falta arrancar minhas calças e se enfiar no meu...

Não completa o palavrão. Olha para Syx, que se volta aos demais, arregalando os olhos espantada com o que ele informa.
- Alice?! O que aconteceu com ela? Ela está bem? Conseguiu dar cabo dos malditos que atacaram ela ou... como eu... - dá um resmungo, desolado.

Styx percebia a atenção dos demais recem-chegados e continua falando...

Alice está bastante ferida... Mas parece que conseguiu dar conta do atacante...

Olha em volta como se demonstrasse a falha de Kathleen e continua

Ela precisa de ajuda e temo que meus lacaios não poderão auxilia-la... Preciso que vocês auxiliem na manutenção da Mascara ajudando-na... e enquanto eu mesmo vou atras desse Sabah que invadiu nossas linhas

Ele aguardava a manifestação dos Brujahs

Uma brujah com menos de um mês de existência dava conta de seu atacante. Uma pirata, com mais de cem, era derrotada. Kathleen respeitava muito Alice e jamais iria desejar que ela perdesse uma luta contra o Sabá, mas isso aumentava o amargor de sua falha.

Porém, Alice precisava de ajuda, e Kathleen não perderia um segundo negando isso a ela. Por mais que estivesse com vontade de meter a mão no Lasombra que havia destruído seu porto, deixaria isso com o primogeno.
- Então vamos até a Alice agora mesmo! A Sede da minha empresa está aqui perto. Posso pegar um carro e armas. Tom, meu carniçal, pode dar inicio às ações para restaurar a Máscara no porto - olha para Styx, perguntando, só para confirmar. - não quer que um de nós vá com você?

Deixaria sua curiosidade irlandesa para depois. John estende a mão para Styx e diz simplesmente:

- John Lyons.

Movimenta-se e posta-se ao lado de Kathleen, inclinando-se um pouco para a frente enquanto seus olhos incomuns fixam-se profundamente nos do primógeno. Sua voz grave soa com segurança, no tom de quem está mais acostumado a dar ordens do que a obedecê-las.

- Talvez seja melhor um de nós ficar com você, os outros dois ajudarem Alice. Há muito trabalho a ser feito por aqui. Eu estou a pé e não conheço Nova York, é minha primeira vez na cidade, precisaria de carona de alguém.

- Vocês dois podem pegar de carona comigo! - diz Kathleen decidida - eu conheço Nova York. Meu carro está aqui perto. Já pretendia pegá-lo para levar um de vocês ou ambos, não pra ficar dando cavalo de pau sozinha enquanto vocês ficam a pé! - resmunga meio impaciente.

Caminha alguns passos para longe deles antes de girar de volta, olhando para o Primógeno.
- Styx, o que acha de Jorge ir com você? Já que ele sabe se virar melhor na cidade?

O Primogenito parecia decidido a não aceitar ajudas...

Esse lugar aqui sera alvo do trabalho do Principado... Se bem conheço nossa Principe esse ataque ja chegou aos ouvidos dela... Em breve chegaram agentes da lei contratados e reporteres para falar sobre a explosão de um navio ou algo parecido...

Olha em volta como se para se certificar que ainda não havia qualquer reporter...

Creio que deverei ir atras desse saba sozinho... Afinal não foi so Kathleen que o viu... Se ele se sentir ameaçado Deus sabe oq ele pode aprontar... Creio que voces tres devem ir ao encontro de Alice e ajudá-la... O problema em que ela se meteu e mais complexo do que parece...

Com cara de quem não aceitaria questionamento finaliza

Tudo bem para voces?

A sensação de Kathleen era de que sua situação estava cada vez mais fora de seu controle. Styx iria atrás do Sabá que a atacara. A Príncipe Dalillah faria a proteção da Máscara no Porto. A marinheira não cuidaria pessoalmente de nenhum dos dois assuntos que tanto lhe eram caros.

Não disfarça seu incômodo, porém não confronta o primógeno. Se ele havia visto o inimigo era capaz de ter mais sucesso em ratreá-lo do que ela. - ficara com sua auto-confiança abalada depois de perder a luta - e se ele dizia que o problema de Alice era sério, Kathleen acreditava.

- Já perdemos tempo demais aqui, vamos. - faz um gesto para os outros a seguirem, antes de se voltar para o Primógeno - Styx, me mantenha informada, esta bem?

A boca firmemente apertada, curvada para baixo, as sobrancelhas franzidas e o violento oscilar da cabeça para o ombro direito demonstram que não, para John não está tudo bem, aquela história está mal explicada demais para alguém tão acostumado a lidar com fatos concretos. Seu corpo move-se significativamente para trás, afastando-se de Styx; no entanto, o brujah não diz nada. Rodeia Kathleen com passos longos e dinâmicos e responde:

- Vamos, estou bem atrás de vocês. Foi um prazer, sr. O'Donnel.

Fica alguns passos para trás enquanto faz o sinal da cruz, lançando um olhar aflito em volta. Abaixando a cabeça e enfiando a mão esquerda no bolso do paletó, parece se dedicar a uma oração.

Decerto o farei Kathleen e o prazer foi meu Sr. Lyons...

Ao longe ouviam-se ambulâncias e carros de policia chegando ao local...

Uma balburdia de sirenes toma o local...

O Primogenito Brujah não se move enquanto os demais se distaciavam... Após alguns minutos saca seu telefone e fala mais uma vez ao mesmo, distanciando-se de Jorge Silva que não havia se decidido se ia ou ficava...

O telefone de Kathleen toca.. era Tom seu carniçal...

Senhora, finalmente consegui contato... Seu celular passou horas sem sinal... Fomos informados da atuação dos Figurões no Porto... Estou com um enviado da Principe dizendo que a situação é deles... O que faço?

Silêncio. Foi tudo o que obtiveram de Jorge. Ele não tinha muito o que dizer antes de se ambientar aos irmãos de clã e à cidade. Enquanto se afastava com Katleen e John, resolveu usar uma única informação que tinha obtido para facilitar o futuro da missão. Algo naquilo tudo também tinha lhe chamado a atenção. O irlandês e seu sinal da cruz. Engraçado aquilo. Encontrar dois brujahs religiosos reunidos na mesma cidade? Mas a crença de Lyons seria tão grande como a sua?

- Vamos o mais depressa possível, então, Katleen... Lyons... só tenho algo a dizer... estejam preparados da melhor forma que puderem. O que temos a fazer não será nem um pouco simples. Um daqueles grandes desafios que enfrentarão em suas não-vidas.

Kathleen seguia à frente em passos largos, esperando que os outros dois brujahs a seguissem. Isso porém não a impede de reparar em Lyons rezando, e ela dedica um olhar para trás, na direção dele, por um segundo a mais.
Seu semblante, já pouco contente, fica ainda mais mal-humorado ao ouvir as sirenes da polícia e da ambulância, e ela anda resmungando um ou outro palavrão pelo canto da boca.

Puxa seu celular do bolso assim que ele começa a tocar, e logo ao ouvir a voz de Tom, ela reclama.
- Onde está você, seu rato de fossa, que não trouxe a porra do arco que eu pedi...?! - porém, ela se desconcentra ao saber que ele não havia conseguido falar com ela até agora - jura?! - ouve o resto do que ele fala e sua boca se torce mais ainda.
- Parece que não basta me fuder, tem que fuder minha linha telefônica pra merda ficar completa...
Não gostava de saber que tinha gente da príncipe para cuidar da situação no Porto, como se ela mesma e seu clã não fosse capaz de segurar as pontas se não fossem mandados pra outro lugar... porém, isso já era previsível, e não havia muito o que ela, menos ainda seu pobre carniçal, poderiam fazer.

- Deixe o cara agir, Tom - pede com um suspiro exausto - mas fique por perto, acompanhando e ofereça ajuda se necessário. Tenho certeza que você entende mais portos e navios do que ele. Ajude-o a bolar uma história para proteger a Máscara: perda de controle das empilhadeiras ou explosão de navio... diga que foi um petroleiro! Isso! Estas merdas são barril de pólvora. Atraem mais acidentes do que gota de sangue atrái tubarões. Se ofereça para os jornalistas de araque como testemunha, especialista, essa papagaiada! Eu estou chegando no escritório, com dois camaradas do clã que você não conhece...  mas vou sair de novo. Se precisar falar comigo me liga, ou manda sinal de fumaça, já que essa porcaria não funciona direito! - faz a piada, mas não ri. Apenas continua, bastante séria. - preciso que seja meus olhos e meus ouvidos aí, meu querido. Estou contando com você...
Termina a ligação em um tom terno, quase maternal, que tanto contrastava com sua abordagem agressiva no início.

Já estavam quase na frente da fachada da imponente sede da Companhia Naval Irmãs O'Sullivan quando o aviso de Jorge chama a atenção da marinheira, que olha para o irmão de clã com certo ar de estranhamento.
- Por acaso você é um desses caras que fica prevendo o futuro, é?!

John deixa-se ficar para trás, embora ainda esteja rezando quando começa a se mover atrás de Jorge e Kathleen. Colocando de volta seu chapéu, lança um olhar discreto para Styx e, assim que consegue alcançar os outros dois brujahs, depois que Kathleen desliga o telefone, coloca os dedos de leve sobre os ombros da marinheira e sussurra em seu ouvido discretamente:

- Há alguém que você possa destacar para acompanhar sem se mostrar o que O'Donnel está fazendo? Não confio nele, essa atitude de não nos querer por perto é muito suspeita.

Ergue o olhar para Jorge e diz num tom leve, quase bem-humorado:

- O nome é John - e acrescenta, com um sorriso - Seán, se preferir! Seán Ó Liatháin é meu nome gaélico.

Mas franze ligeiramente a testa com a observação e a resposta de Kathleen, olhando para o brasileiro com um ar de quem espera o resto da explicação.

- Se é assim o chamarei de John. Seán ò Liatháin dá trabalho demais pra pronunciar. - ele respondeu sem conseguir formar bem os fonemas do irlandês. Em seguida voltou-se novamente para Katleen.

- Não necessariamente. Tenho apenas alguns vislumbres, em determinados momentos, quando os Orixás permitem que eu veja.

A algazarra se formara atras deles... um rapido vislumbre demonstraria que a policia já havia colocado uma fita de isolamento que montava perimetro de mais de 50 metros de frente... Os paramédicos corriam de local em local tentando ajudar os humanos que porventura tenham sobrevivido que não eram muitos... Os bombeiros chegavam agora...

A fachada da Companhia Naval Irmãs O'Sullivan estava bem a frente deles... Katheleen conseguia divisar bem a sua frente seu Carniçal e um outro humano que desconhecia... Talvez fosse o enviado da Principe...

Ele falava ao celular... Algumas vans de emissoras se assomavam na entrada do porto.

O Circo estava montado... Alguem tinha se lembrado de trazer o pão?