Companhia Naval Irmãs O'Sullivan - Autoridade Portuária

Icárian continua seguindo, ao lado de Jorge, pela região devastada e cheia de pessoas em desespero. Não sabia se o Brujah poderia acompanhá-lo, pensou que não.

_Precisamos ir até ao Central Park. Você tem algum carro ou coisa do tipo?

- Lugar seguro? - Kathleen gira os olhos a seu redor, refletindo por um momento. Os andares de cima não eram seguros para a moça. Os niveis mais baixos do subsolo não eram seguros para Kath, que não confiava na moça para deixá-la em seus aposentos particulares. Com poucas opções, ela sugere.

- Coloque ela no carro, no esportivo. Deixe as portas fechadas, isso deve preservá-la por algum tempo... assim que eu terminar vemos o que fazer.

Aproxima-se mais uma vez do pequeno armário, pegando uma chave, e pede a um rapaz que encontra, também de seu rebanho, para abrir a portas para Mick, e continua coordenando as pessoas para entrarem na SUV. Apressa-se em despachar todos os feridos restantes e aos que não haviam se machucado, Kathleen decreta fim de expediente e dispensa-os para irem para casa. Não havia condições para o trabalho continuar...

John imediatamente ruma para o carro indicado, mas ao invés de só colocar a moça lá espreme seu corpanzil para dentro junto com ela, deitando a cabeça dela em seu colo e acariciando-a enquanto sussurra algumas palavras de incentivo*

Ele caminha na direção em que tinha estacionado seu carro, dizendo a Icarian.

- O carro está por aqui, embora acho que até o Central Park prosseguiremos mais rápido se seguirmos apenas até a estação de metrô mais próxima!

Icárian estava nervoso com a demora. Não podiam perder mais tempo:

_Vamos no seu carro mesmo, até porque talvez a gente encontre alguma pista e ter um meio de transporte pode ajudar. Vamos logo com isso!

Era visível a irritação do Gangrel, claramente não com Jorge, mas com a situação.

Kathleen observa o cuidado amoroso que John tem com a moça, e apenas dá um murmurio meio incrédulo, mas continua fazendo o que precisava fazer.

Terminando de despachar os feridos e mandar o resto das pessoas embora, ela vai até o carro esportivo, abrindo bruscamente a porta.
- Você é tão delicado...

Senta-se no banco lado dele, e tenta dar umas sacudidas no ombro da moça para acordá-la. Como estão sozinhos, manifesta mais claramente suas suspeitas.
- De duas uma. Ou essa menina é uma carniçal ou foi mordida por algum vampiro intruso. Não acho uma boa ideia levarmos-na ao hospital. Talvez vitae ajude...

Olha nos olhos dele, e desa vez seu pedido é mudo.

John fecha o rosto, baixando a cabeça com violência, diante da observação sarcástica de Kathleen.

- Delicado é a puta que o pariu. Eu me importo com as pessoas.

Deixa que Kathleen manipule a moça, sussurrando entre dentes que já tentara aquilo, com aflição evidente. Concorda com a cabeça, forçando um suspiro.

- Eu acho que ela deve ter sido mordida... está pálida demais... - mas seus belos olhos cinzentos arregalam-se ao compreender a sugestão dela, seu brogue ficando mais ativo. - Não, Kathleen! Eu não faço isso! Isso implica escravizar um ser humano, e isso eu não faço. Posso viver com minha maldição, mas não vou compartilhá-la com ninguém.

Sua cabeça vira-se rapidamente e com força para o ombro por um instante.

- Se importa até demais... - resmunga, sacudindo a moça até se convencer de que não conseguiria acordá-la daquela forma. John deveria ter razão em supor que a ela havia sido mordida.

Kathleen revira os olhos de tedio assim que ele começa seu discurso sobre não escravizar humanos, mas fita-o com um ar serio ao responder.
- Sugere que eu faça isso, depois do golpe que eu tomei esta noite, pra nao ferir seus principios? Pela madrugada! Umas gotinhas, uma vez só não escravizam ninguém para sempre, a essa altura da sua não-vida você já devia saber disso. Estou te pedindo pra tentar salvar a porra da vida dessa garota. A liberdade dela não vai servir de nada se ela estiver morta.

JORGE & ICARIAN

Off: Segue Autoridade Portuária de Nova York e Nova Jersey - Sede da Companhia Naval Irmãs O'Sullivan

JOHN & KATHLEEN

A menina permanecia desmaiada apesar da discussão dos cainitas

John vira a cabeça violentamente para o ombro, apertando os lábios com força.

- Merda! Eu não faço isso *abaixa o queixo violentamente, olhando para a garota e tocando sua face, abaixando-se um pouco para tentar escutar sua respiração* Porra de inferno...

De súbito, coloca o indicador na boca e faz uma careta no instante em que o morde. Então enfia o dedo na boca da moça, abrindo seus dentes e passando o sangue que escorre pela língua dela. Seu rosto não poderia estar mais irritado e infeliz.

A vitae do Brujah e poderosa e traz o efeito necessario... Poucos segundos de suspense passam ate que, visivelmente a cor retoma a face da mulher e seu peito volta a se inflar de ar, ainda que bem de leve...

A mulher se mexe no colo de John e seus cabelos deixam a mostra um pequeno mas visível sinal de lua crescente atras da orelha da mesma....

Seus olhos se abrem ligeiramente...

Ela esta viva isso era certo... Mas a que custo não era possível precisar naquele momento...

O irlandês observa com os olhos fixos as reações da mulher, e sua fisionomia aos poucos vai ficando aliviada conforme ela reage. Somente retira o dedo quando ela se mexe, enfiando-o na própria boca para fechar o ferimento. Então acaricia de leve os cabelos da moça, correndo o dedo intrigado sobre o sinal da lua crescente, e depois por sua face. Assim que ela entreabre os olhos, inclina-se fortemente para ela, abafando sua voz grave até que ela soe rouca, quase sensual involuntariamente, o que os erres guturais de seu acento de West Cork só ressalta.

- Tudo bem... está tudo bem agora, a chara*... Você está segura agora...

Puxa-a mais contra o peito, abrigando-a nos braços poderosos.

*A chara: vocativo irlandês mais ou menos equivalente a "amigo(a)".

Kathleen estava se preparando para insistir no argumento, mas ao ver que John havia cedido, apesar de sua visível irritação, a brujah apenas fica em silêncio, aguardando com expectativa o efeito que isso teria.

Ao ver que a moça acordava, se mexe um pouco no carro para olhá-la melhor, bastante atenta às reações dela. Repara na marca de lua crescente atrás da orelha dela e isso a faz franzir os olhos ressabiada. Não gosta da proximidade entre ela a John. Tinha suas desconfianças em relação a ela e temeu que ela pudesse fazer algum mal ao irmão de Clã.

As palavras sedutoras e o afogo protetor do brujah fazem a marinheira revirar os olhos de tédio, com os lábios torcidos em uma careta impaciente. Queria interrogar a moça o quanto antes, do jeito bom ou do jeito ruim... mas talvez a pose de Don Juan do irlandês fosse mais efetiva em arrancar as informações que precisava.

Espera então a moça cair no charme dele.

A mulher acorda nos braços daquele Deus Irlandes e o abraça soluçante...

Por favor! De novo não!!! Ja disse tudo que sabia!!!Nao me coloque la de novo!!!

e chora muito mais, molhando o peito do Brujah

John olha para Kathleen com o ar aflito de quem não esperava por aquilo e abraça a mulher mais apertado, acariciando seus cabelos como quem tenta acalmar uma criança pequena e dizendo suavemente.

- Calma, calma, cailín*, você está segura agora, ninguém vai machucar você... Está tudo bem agora, você está entre amigos... Calma, está tudo bem, já passou...

Com o queixo encostado no alto da cabeça da moça, mantém os olhos em Kathleen como quem tenta perguntar o que fazer.

*Cailín (kéliin): moça, garota

Kathleen não esperava uma reação tão traumática da garota, e isso por um momento a choca, tanto que ela deixa de lado sua desconfiança. Porém, logo está se perguntando. Quem é esta garota? O que ela poderia saber de tão grave a ponto de ter sido praticamente torturada? E como ela tinha ido parar dentro de sua própria empresa!

Tem vontade de dizer para John "Continue, você está se saindo muito bem" e tenta fazer isso gesticulando com as mãos, sem saber se ele iria entender. O brujah havia ganhado de imediato a confiança da garota, se a reação dela não fosse dissimulada... e não haveria ninguém melhor que ele para lidar com ela. Mesmo assim, seu irmão de clã parecia aturdido diante de todo o sofrimento que a humana manifesta, e só por isso ela decide intervir.

- Você deve estar cansada, com fome... - diz com a voz mais doce e carinhosa que consegue - não quer se deitar? Comer alguma coisa? Meu irmão pode carregá-la no colo até um quarto confortável... - seu sotaque irlandês, ainda que não tão forte quanto o de seu conterrâneo, era bastante semelhante e reforçava perfeitamente a ideia de que eles compartilhavam o mesmo sangue...

Tinha um pouco de comida em um de seus quartos no subsolo e, apesar dos riscos, achou uma boa ideia levar a garota para lá. Ela precisaria comer se realmente tivesse sido mordida. Isso se realmente fosse uma humana...

Decidiu tirar a prova. Olha fixamente para a moça, praticamente sem desviar o olhar. Suas pupilas, cirúrgicas como bisturi, pareciam estender sua visão para dentro da pele dela. Tenta enxergá-lo além das aparências. Tenta ver no fundo de sua alma.*


(OFF: Kathleen usa Auspícius 2: Percepção da Aura)

A Brujah perquire a alma da mulher com o dom sobrenatural que possuía... Por um lapso de instante ela se esquece da existência de outra pessoa na sala além dela e seu alvo... No entanto, seu poder parecia encontrar barreira em algo. Não conseguira chegar a fundo, sabia que existia muito mais alem das bordas brilhantes da alma da mulher, mas algo a impedia... Apesar disso, Kathleen nota, que o sinal em forma de Lua Crescente tambem emanava irradiações como metal que havia sido esquentado demais.

A mulher ouve as palavras dos Cainitas, momentaneamente ela para de soluçar... Seus olhos cor de mel fixam nos de John...

- Me proteja... Nao deixe aquele homem me furar novamente

Ela estava visivelmente pertubada

Nesse mesmo instante o celular de Kathleen toca... Era o Primogenito Brujah

A barreira que a impede de ver completamente a aura da moça não ajuda Kath a afastar suas desconfianças. Fica mais intrigada, um tanto até assustada. Se pergunta se a moça seria uma criatura sobrenatural de outro tipo e se ela tinha consciência disso, o que era um enorme perigo. A irradiação na lua crescente era tremendamente suspeita também. Uma possível metamorfa, misteriosa com uma marca significativa. Podia entender por que ela havia sido torturada...

E estava levando-a para seu quarto...
"Eu devo ter parte com os malkavianos pra querer fazer uma sandice dessas..." brinca amarga consigo mesma.

Estava abrindo a porta do carro, já sem ver a hora de perguntar quem havia sido o vampiro que furara ela quando seu celular toca. Visivelmente irritada, a brujah o tira do bolso do casaco.
- Deanaim neamhshuim!* - xinga ela baixinho em irlandês. Empurra porta do carro já aberta, e gesticula para John com a cabeça.
- Venham comigo.

Se levantando, ela vê quem estava na linha e atende, falando enquanto anda pela garagem até uma escada que leva a um nível mais baixo do subsolo.
- Estou ouvindo, manda!

*Deanaim neamhshuim: Eu estou numa merda.

John acaricia o rosto da moça de leve com os dedos compridos e macios, fixando nos dela os belos olhos cinzentos cheios de pontinhos, como prata salpicada de ouro. Sussurra, ainda abafando seu vozeirão:

- Ninguém mais vai machucar você... Você está protegida, está em boas mãos... *sorri, mostrando os dentes da frente afastados* Meu nome é John Lyons. E o seu?

Ergue o olhar para Kathleen e estende as pernas para fora rapidamente enquanto diz à moça:

- Eu vou levar você para um lugar seguro. Não se preocupe, vai ficar tudo bem.

Imediatamente ergue-a nos braços, apertando-a contra o peito largo de atleta, e sai do carro, seguindo Kathleen. Mas não está totalmente livre de desconfianças: enquanto a brujah fala ao telefone, continua falando com a garota, reafirmando sua segurança e fazendo perguntas banais para saber mais sobre ela enquanto distrai a atenção do que Kathleen fala ao telefone: o que ela fazia, que idade tinha, se era nascida em Nova York, preparando-se para responder às mesmas questões, se lhe fossem feitas.

A mulher parecia hipnotizada pelos olhos do John... Ela se deixava levar tal qual uma criança no colo de seu progenitor...

Me chamo Eve, ela responde... Sou de New Jersey

Ela olha em volta e pergunta....

Onde estou?

Enquanto isso Kathleen conversa com O'Donnel

Kathleen? Estamos em estado de alerta, ante aos últimos acontecimentos. Onde vocÊs estão? Já recuperaram Alice?

- Muito prazer, Eve - tagarela John - Não conheço New Jersey, na verdade nem Nova York direito, cheguei a Nova York hoje, você já deve ter descoberto que sou irlandês, oh, meu brogue não engana ninguém.

Para por um segundo quando ela pergunta onde está, atirando a cabeça para trás com força sob o chapéu. Então diz casualmente, mantendo um olhar inquisitivo em Kathleen.

- Estamos no porto de Nova York. Quando você estiver melhor, poderia me levar para conhecer New Jersey, eu adoraria, não conheço nada nos Estados Unidos ainda. Já esteve na Irlanda? Não se parece em nada com isto! De onde moro, não consigo ver o horizonte, e estou mais perto do mar que estava na minha casa em Dublin... Eu morava em Cabra, nas montanhas, e de lá dá para ver o mar, de longe...

"Eu estou em estado de alerta desde os primeiros acontecimentos..." pensa a brujah com seu humor amargo.

Mas fica realmente preocupada quando ele pergunta sobre Alice,
- Eu não consegui, mal pude sair daqui... - diz com uma sensação de culpa, mas se explica com um pouco de exaltação - eu estou sendo atingida por merda atrás de merda desde o começo desta noite. Já viu o pronunciamento daquele babaca esquisito? Soube do que aconteceu com um dos sete? Já te ocorreu que aquele veneno fudido pode estar no meu corpo, agora?

Kathleen chega ao fim da escada, de frente à uma pesada porta de metal, que soca com o punho, aflita. Lança um olhar para John e Eve atrás dela.
- E isso ainda nem é tudo...

Kathleen

*o telefone fica mudo por alguns segundos e então é que Kathleen escuta o primogênito com a voz visivelmente desgostosa*

- katlheen... Eu não tenho palavras para descrever o tamanho do meu desapontamento. Eu lhe fiz um pedido simples de ir buscar a sua irmã que está gravemente ferida após um ataque do sabá ao próprio refugio e que ainda é uma criança da noite!!! Suas justificativas não passam de desculpas visto que a essa hora já era para Alice estar em segurança com você e John a horas, bem antes de todo esse caos começar, e desculpas é algo que essa corte dispensa nesses momentos de caos!!! Você tem funcionários e servos a disposição para deixar no comando até que voltasse com Alice, o que não demoraria nem duas horas!!! Já se passaram SEIS horas desde que te dei a ordem direta, Kathleen!!! Alice conseguiu dar cabo do inimigo, significa que eles voltarão para saber do aliado caído, a ultima vez que falei com ela o telefone ficou mudo, katlheen , no meio da conversa logo com os tremores!!! Agora faça o que eu fiz quando recebi a SUA mensagem de ajuda, largue imediatamente o que está fazendo, deixe alguém no comando e vá até o refugio da Alice!!

John

Eve olhava para o Brujah com interesse...Com sua resposta ficara confusa...

Porto de Nova Yorque? Nao me lembro como vim parar aqui... A ultima coisa que me lembro de um cara de mascara me injetando alguma coisa, e uma dor muito forte me corroendo por dentro... ele falar algo sobre mortos vivos...

Ela volta a chorar...

O que fizeram comigo?

- E eu disse que não CONSEGUI cumprir! - exalta-se Kath - eu não negligenciei sua ordem. Todo o meu pessoal está ocupado com essa situação. Eu também estou preocupada pra caralho com a Alice, mas é difícil ajudar na briga de alguém quando você mesmo está levando porrada...

Abre bruscamente todos os fechos da porta segura, e empurra-a com um estrondo. Não via a hora de encerrar a ligação, mas já tinha problemas demais com Styx para desligar na cara dele.

- Algo mais?! - diz, sem conseguir evitar uma irritada ironia.

- Oh, Eve... - diz John num tom compadecido. - Eu não sei o que fizeram com você... mas vamos descobrir, sim, a chara? Agora você está em segurança, ninguém mais vai ferir você

Segue atrás de Kathleen e entra pela porta que ela abre, procurando algum lugar onde possa colocar a perturbada garota, que não para de incentivar com palavras carinhosas